terça-feira, junho 03, 2008

não vou me justificar.

Se o tempo fosse perdido, talvez seria mais fácil dar jeito nessas dilaceradas mansas que a memória crava na minha pele. Porque é a lembrança, este mofo inevitável que se cultiva desde o momento em que se nasce humano, a raiz da minha nostalgia.
Talvez seria melhor me deixar ir nas epilepsias dos esquecimentos forçados, ou apagar as minhas reminiscências doídas de tão bonitas do fundo dos meus olhos, ao invés de me permitir dar cabo a esta obrigação desonesta de confrontar o agora e o antes.
Ainda que os anos de vida não permitam aparecer as minhas rugas, do meu lado avesso pesam rostos músicas falas lugares desfechos e mais tanta coisa que me faz sentir como se não houvesse como tanto tempo assim ter se passado sem que eu percebesse, sem que eu me aprumasse.

Este acúmulo calado de pó que os dias nos garantem - crescer - não é assim tão brando, não importa se com 12 ou com 21 anos. Não importa que tenhamos nosso próprio tempo.

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