quinta-feira, outubro 19, 2006

puêrá, á á...

[O dia já se borrou de rosa fresco várias vezes, mas as mãos continuam tremendo, talvez prá compensar a quietude na qual se meteram as idéias.
Contudo há as antigas, sempre, cheias daqueles pontos e palavras que, quando não matam de vergonha, matam de saudade.
De uns dois, três meses atrás, então, ainda em Diamantina, depois dum pouquinho de Bossa Nova - e os ouvidos grudados especialmente nessa.]


Um corpo que oscila entre radiante talhado dilacerado febril apaixonado e apaixonado e apaixonado.
Um corpo nunca completo, a clamar a todo o tempo pelo corpo de outro; corpo do outro.
E, ainda que satisfeito na fugacidade d´alguns instantes, não se permite o sossego: faz de canto a purgação da felicidade, da sensação de que "tudo se fez o que tinha de ser".
Corpo que antevê as cicatrizes e mesmo assim se põe a elas entregue. Na dificuldade da esquiva não quista é impotente, frágil, nunca senhor de si.
Sobretudo é corpo que não se acaba em si mesmo ? Leva a outros corpos, decerto tão radiantes talhados dilacerados febris e apaixonados e apaixonados e apaixonados, a dor agridoce de não se saber ser inteiro em um corpo só.


(Ah, vai. Tinha um contexto, juro.)

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