terça-feira, novembro 08, 2005

[QuintoConcurso Maldito. O tema dessa vez era "Clichê".]

Daqueles papos originais que a gente ouve na fila do pão. (Ou no corredor da faculdade, no ponto de ônibus, na mesa ao lado.)


Daí né, daí o morro era alto prá caramba né, mó subidaça assim né, e o sol bicho, nem te conto daquele sol. Puta sol quente do caralho, arregaçando meus miolo. Coloquei a mão na cabeça e muleque, tu num acredita. Não, tu num leva fé no quanto que tava quente a parada.
Poizintão. Mas aí eu tava subindo aquele trem, e começou a chegar uns malaco muito estranho perto de mim. Também né, eu com essa cara lindona de playboy que eu tenho né, ha-ha fala aí amizade, fala aí se num é, fala sério, pô. Então. Veio chegano mais prá perto os mulequinho assim e eu pensei que ia rodar né, claro né. Porque tava até meio arrumado assim, não fragava dos esquema ainda, daí fui do jeito que achava que dava certo e tal. Os moleque bicho, com trintêoito na mão, tudo assim ó, tudo passando perdimim e eu lá, só na minha. Vô encará não né? Cê besta. Vai que cismam comigo e vem prá cima de mim aí eu tô ferrado né? Ha. Aí fui, fui na minha assim, na moral, suando que nem um porco ou, tu precisava ver.
Com pôco cheguei lá na boca né. Daí mandei chamá aquele cara que o Bunda me deu o nome. (...) O Bunda, porra. Aquele do segundo ano. É, o bundudo, claro né, ô oreia. Então, (...) não, fica quieto! Escuta a parada! Veio o sujeito né. Bicho, mais mal encarado que o capeta, ou. Nessa hora eu, eu nem queria falá não viu, mas confessá procê que é brother. Nessa hora eu tremi nas base. Aí pedi né, passei o dinheiro prá ele e ele veio com a minha trouxinha.
Ah menino, nem acreditei direito na hora que vi o negócio. Dei um jeito discondê assim, coloquei por dentro do tênis, embaixo do amortecedor sacolé? Haha, eu tenho a manha, muleque. Eu tô te falando que tenho. E aí vim descendo prá cá... No caminho bicho, inda cruzei com um puliça, cê acredita? Fiquei até com um medo de rodar, mas aí ele passou por mim de boa assim, nem desconfiou nem nada, nem nada. (...) Aliiii muleque, ali do outro lado da rua. Tá vendo não? Aquela menina gostóóósa que vai lá na loja da mãe vezenquando. Ô, mulher boa viu. Uma dessa comigo num dura nem dois segundo. (...) Ah tá. Mas e aí, vamo? (...) Coééé frango! Vai amarelar agora? Ahhh não me decepciona não sô! (...) Que mané descobrir! Descobrir! É só você num dá bandeira. Vão bora, vão. Anda logo. Vô enrolar prá gente que nós vamo tudo ficar doidão. Ha-ha, loucuuuura bicho, loucuuuura demais.
Chega aí, fei.