sexta-feira, novembro 25, 2005

Há um certo tempo, eu não saberia precisar quanto, eu tento me esconder da minha mediocridade. Ponho nos olhos uma venda feita de orgulho besta e cubro o corpo com ilusões.
Mas ontem, a maldita me encarou. Sentou-se na minha frente na mesa do bar, bebeu cerveja no meu copo, enfiou o dedo na minha cara, apontou as não-saídas dos becos.
Mais cruel que um espelho, ela me refletiu, destituída das mentiras nas quais eu me apoiei prá esquivar-me dela. E aí, todas as desculpas e justificativas não tinham mais serventia alguma prá mim.
Ela me disse que agora, e sempre, seríamos eu e ela e ela e eu, e que eu não tentasse não; escape não haveria nunca.
Eu entendi, entendi sim. E dei uma olhada ao meu redor prá perceber que todos viviam felizes na sua vileza, sorrindo simpatias fingidas, almejando a calça mais cara da vitrine da esquina.
"Pois bem. Se eles podem, porque não eu?", foi o que eu pensei.
Então foi só erguer o copo e brindar com minha amiga de tantos anos [passados e futuros] a felicidade de plástico que eu ainda hei de viver.


[Ouvindo Travis - Love you anyways.]

PS: Estou de férias. U-au.

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