terça-feira, setembro 20, 2005

"Eu vi quando você me viu.
Seus olhos pousaram nos meus num arrepio sutil.
Eu vi. Pois é, eu reparei.
Você me tirou prá dançar sem nunca sair do lugar
Sem botar os pés no chão, sem música prá acompanhar.
Foi só por um segundo... todo o tempo do mundo.
E o mundo todo se perdeu.
Eu vi quando você me viu.
Seus olhos buscaram nos meus o mesmo pecado febril
Eu vi. Pois é, eu reparei.
Você me tirou todo o ar prá que eu pudesse respirar
Eu sei que ninguém percebeu, foi só você e eu."


E eu que nunca dei bola prá Maria Rita me perdi nessa música. Mais de dez vezes no winamp, com tudo o que ela tem de lenta, arrastada, piegas e, vá lá, até brega.

Eu que sou a inconstância em pessoa. Que posso ser de dia só sorrisos sem causa e à noite a cara da falta de vontade, do desânimo.
Da preocupação ao poucomefodismo é um passo tão curto e sutil que eu nem o vejo. E quando me dou conta já tô lá, perdendo o olhar numa parede branca com o esmalte das unhas arrancado pelos dentes outrora ansiosos.
Puro caos em um metro e setentêtres de ossos e carne e pêlos e pele. É favor ter a boa vontade de não bater com os dedos no vidro, e transportar com cuidado. Parece não, mas é frágil.

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