terça-feira, agosto 02, 2005

Assinando o atestado de alienada.
[Não com orgulho, vale dizer.]

É fato que a mídia e as pessoas ultimamente parecem não ter outro assunto senão esse tal mensalão e as malas cheias de dinheiros sendo levadas de não sei onde para não sei onde, as denúncias do Roberto Jefferson e qualquer outra coisa que envolva a lama na qual o atual governo tem chafurdado.
Acontece que esse assunto simplesmente não me interessa. Não sinto a menor atração pelo português errado dos senadores, pela falta de caráter de não sei quem, pelo desenrolar, enfim, de toda essa coisa.
E ligar a televisão ou passar o olho pelas revistas da banca é dar de cara com isso, sem erro. Até no ponto de ônibus, compenetrada em complexas questões, ["Chegá leim casa eu como pão com manteiga esquentado ou não?"] eu não deixo de escutar as famigeradas palavrinhas saindo da boca de alguém para formar frases que, pra mim, nem tem muito sentido. E não, não acho graça dos senadores e deputados e secretárias se estapeando verbalmente usando vocativos rebuscados.
Eu não sei, deve ser questão de gosto. Outras coisas, provavelmente bestas e desinteressantes como um graveto pra maioria das pessoas, prendem tão mais a minha atenção. Comigo também não vai servir o argumento de que então eu não sei o que se passa em meu país. Não serve mesmo, porque, pra maioria das pessoas que acompanha tão assiduamente esse circo já montado, o que interessa é o mesmo que o Programa do Ratinho oferece: O que há de pior no ser humano a ser exposto para quem quiser ver. Ver a podridão alheia e saber quem será o alvo das frustrações e raivas da vez.

Eu? Dispenso. Podridão eu prefiro ver em personagens. Deve ser por isso que filmes e livros e qualquer coisa inventada me cativem mais e façam de mim uma moça tranquila e conscientemente alienada.

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